O PORTADOR DO CAOS: A ALMA (luz) DA RETIFICAÇÃO

 

Viagem temporal é um dos meus temas favoritos junto com psicologia robótica, mas viagem temporal tem mais sentidos para mim do que para a maioria das pessoas, não se trataria (unicamente) de ir para trás e para frente no tempo fisicamente ou mesmo mentalmente. Viagem temporal é a minha especialidade nos sonhos.

Quando eu digo “psicologia robótica” estou considerando também (e principalmente) a espécie humana. Como eu já havia escrito em outros lugares, os componentes da matéria-humana são de mesma origem dos componentes de qualquer outro ser ou "objeto" senciente ou não, ainda que esses componentes não sejam encontrados na natureza, mas formulados pelo próprio homem, ainda são remanescentes, portanto, produtos não-estrangeiros, apenas miscigenação, cruzamento. Não existe real oposição entre um androide e um homem, o que se pode dizer é que existem diferenças estas já classificadas pela Biologia sobre todos os seres: reino, classe, ordem, família, gênero, espécie. Um dia, brevemente, os robôs pensantes serão considerados assim também. 

Todos os dias me pego a pensar o que será que a personagem Jane do filme O 13 Andar quis realmente dizer quando revelou à Douglas que o mundo dele era o único que continha uma simulação dentro da simulação, levando em conta que somos acreditados durante grande parte do filme que o mundo de Douglas é o nosso, e mais a frente, que o mundo virtual é essa simulação que criamos. O que a boca dela realmente quis nos revelar? Há mais simulações acima do nosso mundo, ou este lugar aqui é tão infinitamente bem arquitetado como o Labirinto do Minotauro e o curioso enigma do Ouroboros? Essa matrioska é bem representada pela personagem Trinity no filme Matrix Resurrections, uma das cenas, para mim, mais  bem colocadas num enredo. Quantos mundos ela espelha num único mundo?!

Há uma questão na consciência criativa das pessoas que é persistente e eu a tenho notado faz um tempo, ontem assistindo ao filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, achei que havia chegado a hora de esboçar esse assunto cujo segredo ainda não compreendo. Não apenas por isto, mas o sonho desta data 27 de Novembro de 2022 lançou ainda mais querosene sobre a tal questão.

O Batman que Ri

Sou alucinado por filmes e documentários sobre mentes criminosas, eles são astutamente interessantes, uma fantasia que costuma aparecer com certa constância nesse tipo de produto é o misterioso caso de “amor” entre o assassino e o seu algoz (o investigador). Eles são violentamente atraídos um para o outro que é como se suas existências se auto dependessem enquanto o assassino atuar. É quase como se o assassino tivesse nascido somente para ser pego por determinada pessoa que por sua vez se envolve loucamente no caso passando de qualquer limite e conseguindo por fim a identidade do outro, o que nem sempre leva a condenação do facínora, mas o fato de ser descoberto envolve ainda uma tendência a nos levar a acreditar que os dois são similares, embora expressem suas energias de maneira diferente, eles são correspondentes, pois em algum ponto se conectam, quando somente um pode compreender os passos do outro, e ninguém mais consegue ver nada!

O Coringa já revelou diversas vezes que a única razão para ele Ser e realizar é o Batman, toda a graça de sua piada está na sua paixão obscura pelo anti-herói, é por isso também que o Morcego de Gotham é o meu personagem preferido porque ele é passível de deficiências (me comunico melhor com anti-heróis que com heróis) ele tem lutas interiores constantes e nunca dá para saber se ele é mesmo um reflexo mais limpo da mesma coisa que reflete a existência do palhaço. Recentemente assisti à uma série baseada no caso do Unabomber, e lá estava a fantasia de novo, nem preciso explicar o que acontece. Ainda antes eu havia encontrado essa mesma situação num filme também baseado num assassino famoso, o Zodíaco (filme com o ator Jake Gyllenhaal). Não é apenas dedicação, todos esses policiais e investigadores se dedicando igualmente, o que parece os mover é uma certa paixão, pode vir disfarçada de “quero provar a eficácia do meu trabalho”, “estou com o orgulho ferido”, “sou curioso demais”, mas todas essas respostas, a meu ver, são desculpas que escondem para o próprio investigador o motivo do porquê ele quer se afundar cada vez mais nessa trama.

Há uma simbiose dessas legal assim, bem mais antiga para mim, Sherlock Holmes e o professor Moriarty. Eles se completam num tipo de perversão irônica. É certo que eu acredito que o Watson é a metade do Sherlock, mas a metade boa, porque a sua outra parte é tão absurda quanto ele próprio e muitas vezes tende a ir procurá-la e excitasse constantemente com ela, não a toa, na série Sherlock (Benedict Cumberbatch), é o Moriarty o arquiteto do nosso investigador favorito, ele está por trás de todos os crimes, instigando-o, estudando-o, provocando-o, desejando que ele retorne para si sempre.

Recordei hoje de um dos melhores filmes sobre viagem temporal, O Predestinado, e lá temos de novo a fantasia, contudo agora ela parece se mostrar mais, não estamos falando de pessoas distintas em corpos distintos (embora você não seja agora aquele que você foi quando começou a ler esse texto), estamos falando de uma mesma pessoa em situações diferentes, mas a explicação para isto parece-me óbvia depois de tudo o que escrevi. Eu quero levá-la a outro nível. E se no filme não estivermos falando de um homem que obviamente representa a todos nós e nossas existências, mas do que chamam de Apocalipse? Eu diria que a superbomba nuclear é o Fizzle, ou como chamam na dublagem, o Terrorista Tolo, ou ainda, ele é o Caos inicial para a redenção! E se todas essas personagens que citei estejam no íntimo das coisas, encarnando silenciosamente essa situação? Definitivamente o Terrorista Tolo é um Agente responsável por desfragmentar o sistema, restaurá-lo ou deletá-lo ou tudo isso junto, ele é o início e o fim, os outros são etapas até ele, com suas devidas importâncias, pois cada um de seus atos (faces) nitidamente calculados o levaram para si mesmo. O mocinho do filme jamais matou o vilão, pelo contrário ele se transformou nele quando apertou aquele gatilho (O que aconteceria se você matasse a si mesmo? Loucura. A Loucura do personagem não consistiu nas suas inúmeras idas e vindas, - visto que é nos insinuado claramente que o próprio  Mr. Robertson é uma das fases do Agente - mas quando ele começou a desatar as rodas). Não é como se a luz fosse devorada pelas trevas, visto que a correção não é algo puramente negativo, mas sendo John/Jane estágios, eles precisaram encontrar a sua conclusão.

Isto é aquilo que eu chamo de Loucura Consciente, não é uma doença, é algo espiritual, e não é possível compreender a luz da retificação nos atos do Fizzle se você colocar seus preconceitos e metades-verdades (mentiras) na frente dos seus olhos. Não creio em propósitos negativos ainda que as ações sejam negativas, é como se vestem neste mundo e é como ele recebe as retificações, não tem outra, isto está em textos sagrados verdadeiramente verdadeiros. Não confundir o propósito com a ação. A boa resposta do Mr. Robertson sobre quem veio primeiro o ovo ou a galinha, nos diz o que ele é. E o que ele responde? Pois é... Ele conhece todos os momentos mesmo antes do próprio personagem principal conhecer e constantemente lhe serve de Conselheiro e mesmo de arquiteto da situação.

Temos que nos perguntar porque há sempre um receio e uma profunda dúvida se o Herói pode se tornar definitivamente o Vilão, e aqui temos um caso mais aberto em que a figura do herói não está oculta em dilemas humanos, mas somente na questão de seus poderes porque ele é próprio poder em si encarnado, por exemplo, o SuperMan, ele não é um justiceiro como o Batman com o qual podemos nos acostumar se se tornar vilão de vez ou se tornar herói; ele, o Superman é abertamente um herói contudo é como se os seus poderes pudessem passar de um segundo para o outro da Vida para a Morte, o Superman é a nossa Salvação ou nossa Destruição?

Talvez as pessoas não se tenham dado conta porque apenas falam sem parar, de que a Redenção pelo o que tanto esperam não costuma preceder uma chuva de fogo, e então o Fizzle vira um inimigo público e ninguém entende nada porque não foram atrás do contexto, ficaram presas em seus próprios julgamentos. Isso explica porque no nosso atualizado consciente coletivo, os robôs são uma ameaça e nos filmes costumam ser retratados como assassinos, isso é quase como dizer que é exatamente essa postura que esperamos de nós se não tivéssemos aquilo que cremos ter, alguma coisa similar à Alma, ainda que nem chegamos a entende-la corretamente. Por que os robôs podem ser vistos como facínoras e o avanço da Internet e da Tecnologia como uma ameaça se eles são claramente grandes aberturas para o avanço da nossa própria espécie? Que coisa contraditória!

 

(Texto para ser revisado - Talvez eu não concorde com isso amanhã).